Percival Tirapelli
ABCA/São Paulo
Resumo: Surpreendente exposição no Museu do Louvre de Paris de uma obra apenas, resultando em uma aula magna de curadoria. A Virgem do chanceler Rolin (1430 e 1435), de Jan van Eyck, que fora adquirida pelo Louvre um 1800, passou por longa restauração que revelou qualidades pictóricas antes pouco percebidas. A obra continua sendo uma das mais fascinantes realizadas no final da Idade Média e há muito tempo atrai grande interesse, não apenas por seu realismo extraordinário e cor brilhante, mas também pela aparente ousadia do chanceler Nicolas Rolin de se mostrar representado de forma tão proeminente, tendo a Virgem e o Menino Jesus à sua face.
Palavras-chave: expografia, restauro, pintura a óleo, iconografia, Gestalt, Renascimento
Abstract: A surprising exhibition of just one work at the Louvre Museum in Paris, resulting in a masterclass in curatorship. The Virgin of Chancellor Rolin (1430 and 1435), by Jan van Eyck, which had been acquired by the Louvre in 1800, underwent a lengthy restoration that revealed previously little-noticed pictorial qualities. The work remains one of the most fascinating works of the late Middle Ages and has long attracted great interest, not only for its extraordinary realism and brilliant color, but also for Chancellor Nicolas Rolin’s apparent boldness in showing himself represented so prominently, with the Virgin and Child Jesus in front of him.
Keywords: expography, restoration, oil painting, iconography, Gestalt, Renaissance
BIO
Percival Tirapeli
Titular em História da Arte Brasileira (2007) pela UNESP. Mestre e doutor (1989) pela ECA/USP. Pós-graduado pela Universidade Nova de Lisboa (2008). Membro da Academia Paulista de Educação, da ABCA, do Icomos, da Sociarte, do Condephaat. Autor de 33 livros, em especial do período colonial brasileiro, pelas editoras Metalivros, Loyola, Unesp, Sesc, Nacional e Arte Integrada. Ministrou palestras e/ou cursos em Bergen, Oslo, Rouen, Madri, Lisboa, Tenerife e América Latina. Como artista, participou de duas Bienais Internacionais de São Paulo (1977 e 1981) e de mais de 100 salões de arte no Brasil e exterior. Obras em acervos da Pinacoteca do Estado e do Centro Cultural São Paulo. Conselhos de Arte do MAM/SP (1989-2001), Museu Boulieu de Ouro Preto (2020) e educativo da Pinacoteca/SP (1992).