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O MAC USP inaugura no sábado, 22 de março, a partir das 11 horas, a exposição O que temos em comum? Abstracionismos no MAC USP, 1940-1960, reunindo cerca de 80 obras nacionais e internacionais do acervo do Museu. O MAC USP possui um dos mais importantes acervos de arte abstrata nacional e internacional do Brasil. Quando da sua criação, em 1963, a partir da doação do acervo do antigo Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAC USP recebeu um importante conjunto de obras adquirido no contexto da Bienal de São Paulo, especialmente representativo da produção artística do segundo pós-guerra, marcada pela expansão do abstracionismo em vários países. Nos anos seguintes, o MAC USP continuou a incorporar trabalhos abstratos à sua coleção, que viriam a ampliar ainda mais os conceitos e classificações anteriores.
“A variedade de obras e teorias que se alojam sob o guarda-chuva do abstracionismo sugere que o termo reúne experiências que nada têm em comum a não ser a recusa em figurar o mundo”, observa Heloisa Espada, docente do Museu e curadora da mostra, e completa: “Por outro lado, a ideia de que formas e cores são capazes de exprimir realidades invisíveis – sejam elas, especulações filosóficas, saberes espirituais, estruturas microscópicas, conceitos matemáticos ou emoções – constituiu uma das crenças mais poderosas da arte moderna”.
Desde o início, por volta de 1910, diferentes vertentes da arte abstrata se apoiaram na ideia de que sem o compromisso de representar personagens, paisagens, mitos ou cenas, os artistas estariam livres para se concentrar em desafios próprios do trabalho artístico. Uma arte não figurativa seria equivalente a uma linguagem universal, capaz de transpor contingências naturais, culturais e históricas. Essas convicções se tornaram dogmas que vem sendo desmantelados por artistas e pensadores há cerca de 60 anos.
Muitos trabalhos possuem títulos que fazem referência à natureza ou a eventos históricos, deixando claro que nem todo abstracionismo esteve pautado na dicotomia entre abstração e figuração. Outros mostram que a oposição entre geometria e gesto não foi um consenso, pois havia os interessados em criar diálogos entre esses dois polos. Em sua diversidade, as obras reunidas continuam a despertar interesse e a impactar os sentidos, e também enfatizam a necessidade de continuar questionando os processos que levam à arte abstrata a discutir os princípios de universalidade a que foram vinculadas.
Serviço:
Curadoria: Heloisa Espada
Assistente de curadoria: Maria Carolina Boaventura
Abertura: 22 de março, 11 horas (até 22 de março de 2026)
MAC USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera – 11 2648.0254
Terça a domingo das 10 às 21 horas
Entrada gratuita