Aberta para visitação em 14 de dezembro de 2024, a exposição Darel Centenário, montada na Galeria 1, salão principal do Museu Nacional da República, em Brasília, contabilizou até 20 de janeiro de 2025 mais de 38 mil visitas. Com mais de 240 obras, entre gravuras, desenhos e pinturas, além de farta documentação, a exposição, que conta com curadoria de Oto Reifschneider, é a mais completa já montada sobre o artista pernambucano Darel Valença Lins (1924-2017). As visitas podem ser feitas até 23 de fevereiro, de terça-feira a domingo, das 9h às 18h30, com entrada gratuita. O curador ainda promove visitas guiadas dias 8 (sábado) e 9 (domingo), às 16h.
Darel trabalhou em jornais, revistas e editoras, além de ter dirigido por 16 anos a parte técnica das publicações dos Cem Bibliófilos do Brasil, para os quais ilustrou dois volumes: Memórias de um sargento de milícias, em 1954, e Poranduba Amazonense, em 1961. Sua fama consolidou-se no início da década de 1960, com a série de cidades, elaborada a partir de sua estadia na Europa, fruto do Prêmio Viagem ao Estrangeiro, obtido no Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro. São obras inspiradas em praças romanas, cidades medievais mediterrâneas, italianas e espanholas, assim como nos morros do Rio.
Naquela mesma década, seu traço inconfundível, já maduro, fez-se presente no meio artístico nacional e mesmo internacional, com inúmeras premiações e exposições. A partir de meados dos anos 1980, Darel iniciou uma nova fase, cuja principal inspiração é o corpo feminino, com um fascinante desfile de tipos que vão desde adolescentes da Baixada Fluminense até punks, sensuais mulheres mascaradas e grupos de figuras em ambientes misteriosos.
Suas obras encontram-se no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA/ NY), no Museu de História da Arte de Viena, no Museu de Arte Moderna de Roma, no Palais de Beaux-Arts de Bruxelas. No Brasil, praticamente todo museu relevante tem uma ou mais obras suas. Realizou exposições individuais em Roma, Buenos Aires, Bruxelas, Copenhague, além de diversas capitais brasileiras. Participou de coletivas em mais de 15 países, da Suíça ao Japão, de Portugal a China: foram centenas de exposições, entre museus e galerias. Olívio Tavares de Araújo, Mario Schenberg, José Neinstein, Roberto Pontual, Ferreira Gullar – quem trate da arte brasileira no século 20, terá tratado de Darel.
“A arte de Darel impacta, seduz, surpreende. Um desenho seu, uma sua gravura, não são apenas obras bem executadas, não mostram apenas domínio da técnica. Eles são, em primeiro lugar, um retrato do artista, um vislumbre de sua alma. Sua arte tem identidade, criada não para agradar, mas na procura dos que criam. Por essas e tantas outras razões, Darel merece ser visto, ser conhecido, ser respeitado”, afirma Oto Reifschneider.
DAREL CENTENÁRIO
Até 23 de fevereiro, de terça-feira a domingo, de 9h às 18h30, no Museu Nacional da República (Eixo Monumental, Setor Cultural Sul, Lote 2, próximo à Rodoviária do Plano Piloto, Brasília). Exposição com mais de 240 obras de Darel Valença Lins (1924-2017). Curadoria: Oto Reifschneider. Visita guiada com o curador: dias 8 (sábado) e 9 (domingo) de fevereiro, às 16h. Acesso livre.