Acidum Project inaugura exposição na Cave Galeria com obras abstratas e escultóricas

“Mantra” apresenta pinturas, desenhos e esculturas que discutem temas como espiritualidade e proteção.

Nesta quinta-feira, 28 de novembro, às 18h, inaugura a nova exposição “Mantra”, do Acidum Project, na Cave Galeria. Com a curadoria de Lucas Dilacerda, a exposição apresenta a nova produção abstrata e escultórica do Acidum Project, que é um coletivo formado pelo duo de artistas Terezadequinta e Robézio. A exposição reúne pinturas, desenhos e esculturas que discutem temas como espiritualidade e proteção.

Há quase 20 anos, Acidum transita entre os universos da arte contemporânea e da urbanidade. Muitas de suas produções discutem o projeto moderno de urbanidade e os diferentes modos de habitação da terra, nos fazendo refletir sobre como a nossa relação com o lugar onde vivemos e a nossa paisagem ao redor — seja a cidade, a praia ou o sertão — constroem a nossa maneira de perceber e estar no mundo.

Atualmente, Acidum é uma referência nacional e internacional em pintura contemporânea em contextos urbanos. As suas produções nas ruas democratizam o acesso à arte, à cultura e à experiência estética. Esse gesto põe em xeque os paradigmas tradicionais do museu e lança um desafio para a conservação de objetos, nos fazendo pensar novas formas de preservação de um patrimônio cultural que é efêmero, ao mesmo tempo material e em via de se tornar imaterial. Além disso, Acidum desafia as formas convencionais de fazer arte — aquelas focadas em uma autoria individual e fechadas em si mesmas —, propondo um processo criativo que é coletivo e em simbiose.

Nesta exposição, Acidum amplia a sua pesquisa para investigar a história da pintura, as funções ancestrais da escultura e as cosmovisões sagradas. As obras aqui reunidas são canais de comunicação entre o mundo terreno e o mundo espiritual, entre o plano visível da matéria e o plano invisível da existência. Nessa poética, o corpo é a nossa casa primeira, e a nossa interioridade é uma cidade de muitas ruas sentimentais. No processo de criação das obras, a meditação e o yoga foram vias de acesso às energias subterrâneas do corpo e uma possibilidade de reconexão consigo mesmo.

A série de pinturas intitulada “Abstratos” nasce desse processo de interiorização, no qual possibilita encontrar uma composição plástica que se liberta das formas fixas da figura. O abstracionismo não é o oposto da figuração, ele é o processo de apreensão de uma energia irrepresentável e, portanto, de captação de forças que deformam a figura. Por isso, cada “Abstrato” é uma entidade espiritual, é um ser de cor que se manifesta para nós.

Aqui, Acidum cria um diálogo com a história da pintura, resgatando o elemento da cor em sua dimensão espiritual e sagrada. As cores são vibrações que viajam no tempo e no espaço, elas formam imagens mas também deformam, são portais para outras dimensões, conexões entre o céu e a terra. O destaque para o azul e o laranja acontece por meio das suas propriedades espirituais. O azul ultramar, encontrado nas profundezas do oceano, é um paralelo com o nosso inconsciente e exerce uma pressão para a terra; já o laranja, que é uma cor solar bastante utilizada em religiões orientais, aquece e eleva o espírito para o céu.

As texturas são inspiradas nas arquiteturas e rendas tradicionais do Nordeste brasileiro e formam uma geometria sagrada, na qual cada fragmento compõe uma trama de culturas, tempos e mundos. A pintura dos “Abstratos” produz uma suspensão do tempo e do espaço, nos transportando para a dimensão onírica do sonho, que em diversas cosmovisões é interpretado como conhecimento profético e mediador entre os infinitos planos da realidade.

A série “Abstratos” também se manifesta na exposição por meio de um conjunto de desenhos. Esses desenhos não são esboços da pintura, eles são a manifestação de imagens primordiais que emergem do fundo do inconsciente. Os “Abstratos” em desenho surgem de um processo intuitivo da mão que, liberta da vigília da razão, psicografa imagens livremente no papel, criando uma composição orgânica e sintética da forma.

Os desenhos intuitivos também saltam do papel e se materializam em corpos sólidos tridimensionais, formando esculturas inéditas, apresentadas pela primeira vez ao público, que resgatam uma das funções ancestrais da escultura: a proteção do ambiente. Por isso, as esculturas do Acidum são amuletos, guardiões, relíquias sagradas que emanam ondas de proteção que se propagam no ambiente ao seu redor. Cada escultura é um ponto de conexão entre o céu e a terra, é um elo entre o espiritual e o corpóreo, é uma fonte de captação e emanação de energia.

Portanto, a exposição é um convite para experimentar a arte em sua dimensão espiritual. Mantra é vibração em repetição, é canto em língua desconhecida, é reza em frequência de cura, é ancestralidade com a nossa terra, é comunicação com a energia universal.

Abertura: Quinta, 28 de novembro de 2024, 18h às 22h

Endereço: Rua Pereira Valente, 757 – Casa 03 – CEP: 60160-250

(Travessa Ana Benevides)

Entre as Ruas Leonardo Mota e Vicente Leite.

Período em cartaz:

28 de novembro de 2024 a 11 de janeiro de 2025

Horário de funcionamento:

Terça à sexta – 13h às 19h

Sábado – 10h às 14h

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