ARTE & CRÍTICA

Estéticas cosmológicas: a nova arte indígena brasileira e suas articulações com as linguagens contemporâneas

Resumo: Este artigo utiliza uma abordagem reflexiva para analisar a produção da nova geração de artistas visuais indígenas no contexto da virada decolonial da arte brasileira. A metodologia empregada implica uma análise qualitativa e interpretativa baseada em observações diretas das obras apresentadas em diversas exposições, assim como uma revisão crítica da literatura especializada. A partir das observações, identificaram-se e examinaram-se as semelhanças entre as práticas artísticas da nova arte indígena e a arte contemporânea, focando-se na forma como essas estéticas promovem a conexão entre arte e vida, estética e política. O conceito de “aesthesis”, desenvolvido pelo semiólogo argentino Walter Mignolo, serve como base teórica central e se relaciona com os princípios teóricos estabelecidos por autores como Jacques Rancière, Nicolas Bourriaud e Anne Cauquelin, além de autores indígenas.

Palavras-chave: arte indígena, decolonialidade, arte contemporânea, arte brasileira, virada decolonial.

Abstract: This article uses a reflective approach to analyze the production of the new generation of Indigenous visual artists in the context of the decolonial turn in Brazilian art. The methodology involves a qualitative and interpretative analysis, based on direct observations of works presented in various exhibitions, as well as a critical review of specialized literature. From these observations, the similarities between the artistic practices of the new Indigenous art and contemporary art were identified and examined, focusing on how these aesthetics promote the connection between art and life, aesthetics and politics. The concept of “aesthesis”, developed by the Argentine semiotician Walter Mignolo, serves as the central theoretical basis, and is related to the theoretical principles established by renowned authors such as Jacques Rancière, Nicolas Bourriaud, and Anne Cauquelin, in addition to indigenous authors.

Keywords: Indigenous art, decoloniality, contemporary art, Brazilian art, decolonial turn

BIO

Alessandra Simões Paiva
Trabalha como crítica de arte há mais de duas décadas. Sua carreira se iniciou no caderno Leitura de Fim de Semana, da Gazeta Mercantil. Atualmente, é docente e pesquisadora na Licenciatura Interdisciplinar em Artes e suas Tecnologias, na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), onde também colabora com o Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico Raciais (UFSB). É integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) e do European Network of Brazilianists Working in Cultural Analysis (REBRAC/UK). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte (PGEHA) e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (PROLAM), na Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutora pela Universidade de Leeds (UK/2023). Autora do livro “A virada decolonial na arte brasileira” (Editora Mireveja, 2022). Escreve para a revista ArtNexus e é ganhadora do Prêmio Jovem Crítica (AICA/2012), e Prêmio Gonzaga Duque (ABCA/2023). É editora da Revista Arte&Crítica, da Associação Brasileira de Críticos de Arte.

Pular para o conteúdo