Ementa: O objetivo do seminário é abordar correntes pós-coloniais da história da arte,
da museologia e da arqueologia na América Latina, abrangendo questões que podem
envolver a produção artística, sua extroversão e, em sentido mais amplo, uma sociologia
da imagem. Desde a década de 1970, o pós-colonialismo tem se estabelecido como um
novo campo acadêmico que abrange uma série de disciplinas tais como história,
filosofia, etnografia, sociologia, literatura, cinema, história da arte, etc. Com as lutas pela
conquista da independência, pessoas de países colonizados abandonaram os sistemas
de valores impostos pelos colonizadores, voltando para circunstâncias originais da sua
própria história e cultura.
A teoria pós-colonial surgiu sob a influência de análises e crítica das estruturas
hegemônicas de poder estabelecidas através dos processos de colonização (GOLDBERG;
QUAYSON 2002, xi), portanto, se preocupa em saber quando as culturas se encontram,
quais são os efeitos da colonização, como o processo de colonização mudou o
pensamento das pessoas, seu modo de agir, escrever e pintar. Essas são algumas de suas
questões de estudos (HATT; KLONK 2006, p. 223).
Para Marcel Daniel, “o objetivo primordial dos estudos pós-coloniais tem sido o de
analisar e criticar o efeito direto e residual do colonialismo nos povos colonizados e
sociedades” (DANIEL 2014). Segundo Michael Hatt e Charlotte Klonk, as teorias pós-
colonialistas são melhores pensadas em termos geográficos: “O modelo de centro e
periferia é frequentemente invocado. A distinção consiste entre metrópole centro, onde
o poder é mantido e decisões são tomadas, e periferia, áreas afastadas que são
administradas e exploradas” (HATT; KLONK 2006, p. 223). Eles dão o exemplo do império
britânico, com a cidade de Londres no centro, a grande metrópole, e as colônias
afastadas ao seu redor, as quais eram exploradas. A teoria pós-colonial se preocupa com
a história dessas periferias, desses países colonizados e busca o ponto referencial a
partir desses povos. Ao invés do eurocentrismo, procuram saber como seria se a história
fosse escrita do ponto de vista da periferia, quais estórias a história iria nos contar, o
que seria se o colonizado fosse falar do colonizador e sobre a colonização (HATT; KLONK
2006, p. 223).
Este seminário examinará momentos-chave da história da arte, exposições e
arqueologia na América Latina e as teorias pós-coloniais, ao mesmo tempo que abordará
a capacidade da arte de articular e contestar o poder. Ao fazê-lo, os temas dos
seminários incluirão: artes indígenas, minorias, igualdade de gênero, direitos de
imigração, justiça ambiental, artefatos indígenas, arqueologia, entre outros. O
seminário discutirá temas cruciais como identidade social e cultural, identidades
minoritárias, ancestralidade, religiosidade e tradição. Também destacará iniciativas de
artistas que demonstraram como a arte pode quebrar barreiras e ser mais inclusiva em
termos de reenquadramento das minorias. Convidamos contribuições sobre os
seguintes temas: Arte e ativismo, arte indígena, arte feminista, arqueologia e
comunidade negra. Nosso objetivo é socializar temas emergentes no campo da história
da arte e arqueologia em diálogo com as correntes pós-coloniais e destacar a sua rica
diversidade e fomentar o diálogo intercultural. Neste painel discutiremos a importância
de manter a memória histórica latino-americana e levantaremos questões sobre a
preservação da história da identidade latina.
Ao examinar esses tópicos, prestaremos atenção especial às maneiras pelas quais as
histórias da arte e da resistência na América Latina continuam a influenciar a produção
artística contemporânea em todo o mundo. Este seminário é importante para discutir
teóricos como Juan Acha, Marta Traba, Mário Pedrosa, Fernando Ortiz, José Carlos
Mariátegui, Enrique Dussel, Pablo González Casanova, Anibal Quijano, Walter Mignolo,
Carlos Monsiváis, Emilio Choy, Ernesto Tabío, Luís Felipe Bate, Luis Guillermo Lumbreras,
Iraida Vargas e tantos outros que contribuíram para pensarmos as artes e a arqueologia
pós-coloniais na América Latina.
A proposta deve ser submetida no formato de resumo até às 23h59 do dia 31 de
agosto de 2024, no site oficial do evento (https://www.even3.com.br/pensar-e-
repensar/) com identificação do SP escolhido.
Título: no máximo 100 caracteres, com espaços, em letras maiúsculas.
• Autor(a) e coautor(a)(es)(as) com afiliação institucional.
• Texto do resumo: com 1200 a 1500 caracteres, com espaços,
A apresentação do trabalho está vinculada ao pagamento da taxa de inscrição, nos
seguintes termos:
Discentes Profissionais Profissionais da
educação básica
Até 15 de outubro R$85,00 R$170,00
Até 31 de outubro R$115,00 R$230,00
Após 01 de novembro R$170,00 R$340,00
1.14 Os resumos apresentados serão publicados online no Anais de Resumos do Evento.
Inscrições: