ABCA informa sobre a situação de calamidade no Estado do Rio Grande do Sul

Por Ana Lúcia Beck, 10/05/2024

Vista aérea do Centro histórico de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com o Museu de Arte do Rio Grande do Sul em destaque em meio à inundação. Fotografia: Rio Grande do Sul SEDAC /AFP
Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/sos-rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/08/chuvas-no-rs-quase-todas-as-escolas-da-rede-municipal-de-porto-alegre-foram-atingidas.ghtml

A Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) vem manifestar sua solidariedade à população do Estado do Rio Grande do Sul que enfrenta nesse momento sofrimentos indescritíveis. Manifestamos nosso profundo pesar pelas vidas perdidas e estendemos nossas condolências às famílias enlutadas. Frente aos desafios já enfrentados e aos que ainda virão, reafirmamos a importância do apoio mútuo, bem como da arte e da cultura face à vulnerabilidade humana.

É com enorme consternação que a temos acompanhado o quadro que se instaurou no Estado desde o final de abril em função das fortes chuvas e inundações que atingiram o Vale do Taquari, Porto Alegre e a região metropolitana, e, nos últimos dias, a região sul do estado. Ao todo, mais de 90% dos municípios do estado foram atingidos por inundações, deslizamentos, falta de água potável e energia elétrica, entre outros distúrbios, causando mortes e destruição. Mais de 167 mil pessoas estão alojadas em abrigos e mais de 1.400.000 estão diretamente afetadas por um quadro de calamidade pública que afeta também fortemente atores e instituições artísticas e culturais.

A secretária Beatriz Araujo, Francisco Dalcol e equipe durante ação de emergência em frente ao Museu da Comunicação José Hipólito da Costa (@visitemusecom). Fotografia: Camila Diesel/SEDAC

Dentre os fortemente atingidos pela inundação e subsequente quadro de calamidade estão importantes instituições situadas em Porto Alegre que se encontram fechadas por tempo indeterminado, entre as quais se destacam as que mencionamos na sequência.

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS @museumargs), situado no centro histórico. Segundo nota da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (SEDAC @sedac_rs), o acervo do museu foi retirado da Reserva Técnica situada no subsolo e levada para andares superiores numa iniciativa, supervisionada pela secretária sra. Beatriz Araújo, de preservação dos acervos de diferentes instituições. Em suas palavras:

O trabalho de prevenção realizado pela equipe protegeu todo o acervo. O governador Eduardo Leite, por estar envolvido diretamente com as providências mais urgentes, pediu que cada secretário cuidasse da sua pasta. E a Cultura está fazendo a sua parte, zelando pelas nossas instituições, preservando tudo o que temos de patrimônio, para que possamos seguir a vida depois dessa tragédia que o Rio Grande do Sul está vivendo.”

Através do mesmo comunicado, o diretor do MARGS Francisco Dalcol (ABCA/Aica International) informa:

Já vínhamos movimentando obras e tomando medidas preventivas nos dias anteriores, e esse trabalho ficou mais intenso a partir da previsão da cheia histórica. Iniciamos então o protocolo de maior gravidade do nosso plano de gerenciamento de riscos, que trazia como pior cenário uma grande inundação na Praça da Alfândega. A operação de remover obras de arte é difícil e demorada, mas montamos uma força-tarefa emergencial, que trabalhou até o último minuto possível e conseguiu levar as peças para os andares de cima antes de a água chegar na Praça.

A Galeria Xico Stockinger que é o principal espaço expositivo do Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS @macrs.oficial), também está situada, entre outras instituições ligadas à Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul na Casa de Cultura Mário Quintana, que também foi duramente afetada. Entretanto, as áreas administrativas, galerias expositivas e acervo do MACRS também se encontram preservados nos andares superiores da Casa de Cultura.

As obras da sede futura do Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS) situadas no 4º Distrito também devem ter tido impacto significativo uma vez que essa região é uma das mais atingidas pelas cheias.

Sobre todos esses impactos ainda serão realizadas averiguações mais detalhadas na medida em que as condições meteorológicas e o caráter de urgência de demais ações de amparo à população o permitam.

O Museu do Trabalho (@museudotrabalho), o Atelier Livre Xico Stockinger (@atelierlivrepoars), a Ocre Galeria (@ocregaleria), a Galeria Espaço Cultural Duque (@galeriadaduque), entre outras localizadas no centro histórico e adjacências, a Fundação Iberê Camargo (@fundacaoibere), situada às margens do rio Guaíba na zona sul da cidade, a Vila Flores (@vilaflorespoa) no 4º Distrito, dentre muitas outras instituições culturais da cidade, seguem com suas atividades suspensas por tempo indeterminado.

Maiores informações sobre formas de auxiliar o estado frente à situação enfrentada estão disponíveis no site: https://sosenchentes.rs.gov.br/inicial

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