ARTE & CRÍTICA

Magliani – uma artista radical

Resumo: Maria Lídia Magliani, pintora, desenhista, gravadora, ilustradora, figurinista e cenógrafa, é uma figura inspiradora que deixou sua marca no cenário cultural e artístico. Originária do interior do Rio Grande do Sul, desde cedo demonstrou uma paixão fervorosa pela expressão criativa, inicialmente refletida em uma produção marcada por um tom melancólico e lírico. Como mulher, negra e de origem humilde, Magliani encontrou na interseção de suas identidades o combustível para uma obra visceral, dolorida e pungente. Embora sua pintura tenha progredido notavelmente ao longo do tempo, todas as suas obras mantiveram uma coesão singular. O falecimento da artista em 21 de dezembro de 2012 representou uma perda para as artes visuais, deixando para trás um legado singular. Sua obra, frequentemente incompreendida, revela uma artista comprometida com uma expressão visceral e autêntica, distante de rótulos étnicos ou políticos.

Palavras-chave: Artes plásticas, Artistas plásticos, Expressionismo, Magliani, Maria Lídia.

Abstract: Maria Lídia Magliani, painter, draftswoman, engraver, illustrator, costume designer, and scenographer, is an inspiring figure who left her mark on the cultural and artistic scene. Born in the countryside of Rio Grande do Sul, she demonstrated a fervent passion for creative expression from an early age, initially reflected in a production marked by a melancholic and lyrical tone. As a woman, Black, and of humble origin, Magliani found in the intersection of her identities the fuel for a visceral, painful, and poignant body of work. Although her painting progressed notably over time, all of her pieces maintained a singular cohesion. The artist passing on December 21, 2012, represented a loss for the visual arts, leaving behind a unique legacy. Her work, often misunderstood, reveals an artist committed to a visceral and authentic expression, distant from ethnic or political labels.

Keywords: Fine arts, Visual artists, Expressionism, Magliani, Maria Lídia

BIO

Denise Mattar

Foi curadora do Museu da Casa Brasileira, SP de 1985 a 1987, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, de 1987 a 1989 e do Museu de Arte Moderna RJ, de 1990 a 1997. Como curadora independente realizou mostras retrospectivas de artistas como Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho (Prêmio APCA), Ismael Nery (Prêmios APCA e ABCA), Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor (Prêmio APCA), Portinari, Alfredo Volpi, Guignard, Yutaka Toyota (Prêmio APCA).

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