Exposição “O Mágico de N’Oz”

O curador Fernando Mota propõe ao público uma “aventura sensorial” a partir das obras – aproximadamente 100, de mais de 50 artistas, de diversas épocas e movimentos – que representam a casa, o lar, a rotina, o aconchego, memórias, e depois o turbilhão que leva ao sonho, ao onírico, à descoberta e ao desconhecimento.

A exposição irá ocupar toda a casa principal da Danielian Galeria, o térreo do pavilhão anexo, e parte de seu segundo andar. Dentre os artistas com obras na exposição, estão Ai Wei Wei, Ernesto Neto, Antonio Dias, Tunga, Wagner Malta Tavares, Anna Costa e Silva, Angelo Venosa, José Rezende, Nuno Ramos,
Marcelo Moscheta, Cícero Dias, Flávio de Carvalho, Montez Magno, Maria Leontina, Nelly Gutmacher, Ana Mazzei, Ana Elisa Egreja, Zé Carlos Garcia, e a
dupla Francis Petrucci e Victor Hugo Mattos.

Rosina Becker do Valle – A Floresta – 1967 – óleo sobre tela – 61×50 cm

A Danielian Galeria apresenta a partir do dia 21 de março de 2024 a exposição “O Mágico de N’Oz”, com aproximadamente 100, de mais de 50 artistas, de diversas épocas de movimentos, selecionadas pelo curador Fernando Mota, que propõe ao público uma visita ao clássico de L. Frank Baum, “O Mágico de Oz” (1900), que ganhou uma versão antológica no cinema, em 1939, com Judy Garland no papel da
menina Dorothy, e se desdobrou em outros filmes, peças de teatro e canções como “Goodbye Yellow Brick Road” (1973), de Elton John e Bernard Taupin.  Fernando Mota cita a famosa frase de Dorothy – “não há melhor lugar do que a nossa casa” – e pergunta “por que, então, escolhemos sair de casa, ansiamos por visitar outras casas, desbravar novos mundos? E não estamos falando aqui das tarefas e necessidades do dia a dia, pois estas de certa forma continuam dentro da nossa zona de conforto, do nosso lar. O que nos fascina e nos comove a ponto de irmos além do arco-íris no nosso quintal? É tempo de calçar outros sapatos, descobrir caminhos alternativos e questionar, afinal: o que há de mágico em cada um de nós?”.
A exposição “O Mágico de N’Oz” propõe uma releitura artística do clássico literário por meio de uma linguagem curatorial baseada na alegoria, na metáfora e no simbolismo. As obras, de naturezas e formatos diversos, compõem um universo lúdico e onírico, no qual o publico está convidado a acessar e reinterpretar uma conhecida fábula moderna. As obras, de várias épocas – desde o par de faisões, de
cerca de 1800, da Companhia das Índias, trabalhos acadêmicos, até contemporâneos. As obras são oriundas de ateliês de artistas e coleções privadas. Duas obras foram feitas especialmente para a exposição: “Contato” (2024), de Wagner Malta Tavares, uma projeção de luz verde no elevador panorâmico da Danielian Galeria; e “Sem título” (2024), de Francis Petrucci e Victor Hugo Mattos,
uma escultura de parede com 100 placas de cerâmica “bordada” por vários materiais, com 29 x 21 cm cada.

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO
O percurso da exposição, que começa na casa principal da Danielian Galeria e continua no pavilhão anexo – Oz, a Cidade das Esmeraldas – “apresenta uma série de conceitos advindos da historia original, tais como: pertencimento, esperança, desilusão, generosidade, confiança, aceitação, farsa, superação, medo, entre outras grandezas e falhas humanas”. “A trilha dourada rumo à cidade das esmeraldas e a importância do percurso, da jornada, num momento em que apenas a chegada e os resultados são celebrados. O valor do trabalho em equipe, do equilíbrio de responsabilidades, e o desafio do autoconhecimento na era digital”, adianta o curador.
“As riquezas das diferenças dos povos, refletida na variedade de cores e reinos ao longo da narrativa. São inúmeras as possibilidades de análise… O objetivo é provocar o visitante a cogitar algumas delas. A exposição é uma aventura sensorial, serve como um tornado empurrando cada um para fora da monotonia e da palidez de sua “casa”, um balão colorido rumo ao desconhecido”, afirma. A expografia terá elementos cenográficos, como cortinas orientando a visitação e recursos teatrais na iluminação.

CASA – LAR, DIA-A-DIA, MEMÓRIA, ACONCHEGO
A casa principal da galeria irá abrigar as obras que representam a ideia mesmo de casa, em toda sua abrangência: a intimidade, móveis e objetos, e paisagens, vistas bucólicas da natureza. As paredes dos dois andares estarão em cores terrosas, em tons de areia claro até o sépia, também em alusão à parte inicial do filme “O Mágico de Oz”.
Destaques no térreo são: na sala menor, fechada por uma cortina, haverá dois trabalhos em vídeo: no centro, a instalação “Fogo sobre lago”, de Anna Costa e Silva, uma projeção de imagens sobre um aquário com água. E, na parede, “O Barqueiro” (2009), de Wagner Malta Tavares, com 8’50 de duração.
Na sala maior, imagens de nuvens no díptico “Still” (2007), de Marcelo Moscheta, em grafite sobre PVC expandido, medindo quase 5 metros de extensão por 1,20 metro de altura, ocuparão uma das paredes.
Em um dos cantos, estará a escultura “Lâmina 3” (2007), de Nuno Ramos, uma lágrima, em vidro temperado, vidro soprado, aço inoxidável e vaselina líquida, com 2,20 metros de altura por 2,25 metros de largura.
No segundo andar, as obras se relacionam diretamente com a ideia de casa: a intimidade, móveis, paisagens. Em “Éter”, trabalho interativo de Anna Costa e Silva, o público poderá se deitar e escutar, em fones de ouvido, histórias diversas resultantes de performances da artista com voluntários, em uma série iniciada em 2015, durante uma residência no Phosphorus, em São Paulo. Neste trabalho, a artista
investiga o estado de vulnerabilidade que antecede o sono. Uma pintura feita este ano, em óleo sobre tela, de Ana Elisa Egreja, com a imagem de almofadas empilhadas sobre um sofá, estará neste ambiente.

AI WEI WEI, NATUREZAS MORTAS E PAISAGENS
Duas cadeiras da série “Fairytale Chairs” (cadeiras de conto de fadas, de 2007), de Ai Weiwei estarão neste piso. Paisagens e naturezas mortas estão nos trabalhos: “Sem título” (1928), de Cícero Dias, óleo sobre tela; “Paisagem” (1908), de Eliseu Visconti, em aquarela; “Natureza Morta”, de Pedro Alexandrino; “Sem Título”, óleo sobre tela, de Elizabeth Adela Forbes; “Sem título” (1919), óleo sobre tela de Gustavo Dall’ara; “Fazenda Aliança” (1881), óleo sobre tela, de Georg Grimm; “Catedral” (1914), em pastel, de
Presciliano Silva; “Paisagem com riacho (Santo Amaro, São Paulo), c. 1925, em óleo sobre madeira, de João Baptista da Costa; “Sertanejas” (1916), óleo sobre tela de Antonio Parreiras; “O Pilar” (1855), grafite, nanquim e guache branco sobre papel, de Nicolau Facchinetti; “Flores” (1944), óleo sobre tela, de Cândido Portinari; e “Vista parcial da Baia de Guanabara” (1981), acrílica sobre tela sobre aglomerado de
madeira, de Glauco Rodrigues.
Neste andar poderão ser vistos também a instalação “X”, de Ernesto Neto; a pintura em óleo sobre tela “Desert” (1968), de Antonio Dias; “Sem Título” (2010), de Angelo Venosa, escultura em 145 lâminas em acrílico”; o guache “Retrato de mulher lendo carta” (1957), de Flávio de Carvalho; “Páginas” (1972), de Maria Leontina, em em óleo sobre tela; “Sem título”, de Milton DaCosta, óleo sobre tela; “Borracheiro” (1975), de Newton Rezende, óleo sobre aglomerado de madeira; “Sem título” (1980), acrílica
sobre tela, de Dionísio Del Santo; “Sem Título” (1989), óleo sobre tela, de Paulo Roberto Leal; um conjunto de cinco pinturas em acrílica sobre cartão “Sem Título” (1997), de Montez Magno; “Fita”, escultura em madeira de Joaquim Tenreiro; e “Névoa de Cal” (2019), afresco de Thiago Rocha Pitta.
Ainda dispostas no segundo piso, estarão as obras “Brinquedos” (2023), “Sítio arqueológico” (2024) e “Sem título” (2024), esculturas feitas em barbante, espuma, alumínio e fita crepe, de Higo José; “Cenário com Cavalo” (2023), escultura em bronze com patina, madeira, tinta acrilica e verniz de Ana Mazzei; “Cosmedamião” (2008), escultura em gesso de Zé Carlos Garcia.
Na casa principal, estarão ainda as obras: Sem Título, 1937 Óleo sobre tela Avage d’Or, 1913 Óleo sobre madeira, ambas de Helios Seelinger; a escultura “Florão com figura de anjo”, em madeira policromada, de Mestre Valentim; “Oratório” (séc. 18, Dom João V; e “Leão”, escultura em madeira, de Mudinho (Manuel Ribeiro da Costa).
O espaço que liga o segundo andar da casa principal ao pavilhão anexo receberá a obra “Tamagotchi Balé” (2023), de Anna Costa e Silva, um vídeo em HD com 29 minutos de duração.

PAVILHÃO ANEXO: OZ – A CIDADE DAS ESMERALDAS
O pavilhão anexo da Danielian Galeria, com 200 metros quadrados e pé direito de 4,5 metros, abrigará as obras de caráter onírico, o mundo dos sonhos e fantasias. O átrio que liga a casa principal ao pavilhão anexo será inundada por uma luz verde, proveniente do elevador panorâmico, no trabalho “Contato” (2024), de Wagner Malta Tavares, feito especialmente para a exposição. E o chão será pintado de amarelo.
Para realçar a transição da ideia de casa/realidade para a do universo do sonho, como o caminho de tijolos amarelos que leva à cidade de Oz, haverá uma cortina que o público deverá atravessar, para ver as obras deste espaço.
No pavilhão anexo estarão trabalhos de Tunga – uma trança de quatro metros de extensão –, Anna Costa e Silva (três fotografias); Wagner Malta (a fotografia “Contato”, de 2009, e o vídeo “Ondas Curtas”, de 2013, com 8’45); Rafael Carneiro (as pinturas em óleo sobre tela “Iconoclastas”, de 2021, e “Passeio”, de 2021); Ana Mazzei (as esculturas “Angel”, de 2023, e “Marionete Solitária”, de 2023, em cedro, ferro, tinta a óleo e verniz); Afonso Tostes; Manuel Messias dos Santos (as xilogravuras “Minha efêmera – Violency Vida”, déc. 1980, e “Cristo na Terra”, de 1968); Emmanuel Nassar (escultura suspensa “Mapa Múndi”, de 1989, em ferro com pintura eletroestática); Odoteres Ricardo de Ozias (conjunto de pinturas em óleo sobre madeira: “Sem título”, “O desfile”, de 2004, “Corcovado”, 2002, “… dos Anjos” (1998), “Cortando a mata”, 1997, “Baile ao luar”, 1997, “Rezando”, 2000); José Rezende (“Passante”, escultura em aço); Nelly Gutmacher (fotomontagens “A dama”, “Esther”, “As Moiras”, “O banho”); Maria Polo (“Sem título”, 1978, óleo sobre tela); Abelardo Zaluar (“Tríptico das pontas roxas”, 1972, vinil, grafite e cartão sobre aglomerado de madeira); J. Carlos (desenhos e guaches “Cena Social”, “No Quinquagésimo Nono
Andar – Revista Para Todos”; “Sem Título”, “Bye Bye Corcovado”); Glauco Rodrigues (“Uma outra toca do Coati-Puru”, série Visão da terra, a lenda do Coati-puru, 1977, acrílica sobre tela sobre aglomerado de madeira); Vera Lúcia (quatro desenhos em nanquim e aquarela “Sem título”,1967); Lothar Charoux (“Sem título”, 1970, guache sobre papel); Zé Carlos Garcia (“Besta quadrada”, 2017, escultura em peroba rosa,
tecido, ferro e pano); Cândido Portinari (“Espantalho”, óleo sobre tela); Selva de Carvalho (“Germinações”, ciclo 1 – 2022 a 2023, conjunto de 24 desenhos em grafite, nanquim e caneta esferográfica); e Francis Petrucci e Victor Hugo Mattos (“Sem título”, 2024, escultura de parede com 100 placas de cerâmica “bordada” por vários materiais, com 29 x 21 cm cada).

Nelly Gutmacher – A Dama – não datado – fotomontagem – impressão em papel algodão – 60×60 cm

SERVIÇO: Exposição “O Mágico de N’Oz”
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Abertura: 21 de março de 2024, das 18h às 21h
Até: 11 de maio de 2024
Curadoria: Fernando Mota
Entrada gratuita

Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro, CEP 22470-070 
Segunda a sexta-feira, de 11h às 19h
Sábados, de 11h às 17h
Telefones: +5521.2522.4796 e +55 (21) 98802-8627 
contato@danielian.com.br
https://www.danielian.com.br/
https://www.instagram.com/danielian_galeria/

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