De 23 de junho a 20 de agosto de 2023.
De terça a domingo, das 11h às 20h. Entrada franca.
Walmor Corrêa – sobre pássaros, sinapses e ervas energéticas
https://www.institutotomieohtake.org.br/exposicoes/interna/walmor-correa
Walmor Corrêa, artista que desde cedo se interessou em ilustrar seus cadernos de ciências e biologia e produziu estudo aprofundado sobre a flora e fauna amazônica, traz ao Instituto Tomie Ohtake cerca de 30 obras concebidas do ano 2000 até hoje.
De seu interesse por estas matérias, como artista, contudo, Walmor construiu sua poética a partir de questionamentos e impressões sobre a natureza, a evolução e a ciência. Conforme escreve Paulo Miyada, curador chefe do Instituto: “de modo simétrico, a arte com frequência faz de sua capacidade de ‘transver o mundo’ uma ferramenta para acessar o mundo para além daquilo que já se sabe estar nele, expandindo o alcance das verdades conhecidas. É nessa ambivalência que Walmor Corrêa constrói o fundamento de sua poética. Entre saber e fabulação, ele emprega verossimilhantes e delicados sistemas visuais para suspender nossa descrença e reforçar nossa desconfiança”.
Nesta exposição, segundo o curador chefe do Instituto Tomie Ohtake, foi traçado um caminho que se inicia com a suspensão da descrença resultante da colaboração do artista-pesquisador com cientistas de múltiplas especialidades a fim de melhor descrever uma anatomia plausível de entes nascidos em sonhos, lendas, mitos e augúrios populares e/ou ancestrais.
Em um segundo momento estão trabalhos “em que Walmor Corrêa encontrou fissuras no discurso científico, revelando assim assimetrias decorrentes do rebatimento de relações de poder sobre a ciência”. Em seguida, há obras “em que o artista se valeu de mapeamentos e mensurações das mais diversas ordens para expressar sua admiração por personagens que moldaram e moldam sua vivência do mundo”. Esta série, Mapeamento Cognitivo, traz desenhos e comentários a partir de rostos e mapas cranianos de personalidades como Clarice Lispector, Mario de Andrade, Lupicínio Rodrigues, Grande Otelo, Pixinguinha, Heitor Villa-Lobos e Clementina de Jesus.
“No final do percurso há trabalhos em que o artista tomou, por um lado, erros flagrantes em hipóteses científicas e, por outro, saberes populares e medicinas tradicionais, como roteiros para fabular alternativas à aparência e ao funcionamento das plantas e animais”, completa Miyada.
Walmor Corrêa (Florianópolis, Santa Catarina, 1961)
Vive e trabalha atualmente em São Paulo. Ao longo de sua carreira, participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, entre as quais destacam-se: XXVI Bienal Internacional de São Paulo / 2004, VII Bienal do Mercosul / 2009, Panorama da Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo / 2005; Metamorfose e Heterogonia – Projeto Site Specific – Museu de Arte Moderna de São Paulo / 2015; Os Trópicos: Visões a partir do Centro do Globo – Martin-Gropius-Bau (Berlim, Alemanha) e Isiko South Afrixan Nacional Gallery (Cidade do Cabo, África do Sul) / 2007; e Cryptozoology: Out of Time Place Scale – Bates College Museum of Art (Lewinston, Estados Unidos) / 2006 e H&R Block Artspace, Knasas City Art Institute (Missouri, Estados Unidos). Em 2015, lançou uma publicação intitulada O Estranho Assimilado, A convite do Sesc Pompéia de São Paulo, apresentou a instalação sobre a vida de Lina Bo Bardi / 2016, um solo Project com a Artur Fidalgo Galeria na Feira de Arte Internacional do Rio de Janeiro 2017, Dresden – Alemanha, Quién sabe dónde? / 2019 / Lleida – Espanha, “disCONNECTED” / Motorenhalle at Dresden / 2020 / Dresden – Alemanha, Exposição de inauguração do NON MUSEUM FOR CONTEMPORARY / 2020. Em 2022 lançou a publicação Etnografia cultural da flora mágica brasileira e apresentou a exposição individual intitulada “Sobre pássaro, sinapses e ervas energéticas” no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC).