As falas de Sandra Makowiecky e Joca Wolff encerram na próxima quarta-feira, dia 26, às 18h, nas Salas Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (SC), o programa Homem Plural – 100 Anos de Harry Laus que marca o centenário deste catarinense nascido em Tijucas em 1922.
A iniciativa aproxima seis instituições interessadas no reconhecimento de trajetórias e legados no campo da cultura. A ação do governo do Estado, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), conta com o apoio do Museu da Imagem e do Som (MIS), Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A entrada é gratuita.
“Literatura e Crítica de Arte” é o tema que conecta os dois convidados neste encontro.
Professora de estética e história da arte do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, na linha de teoria e história da arte, Sandra Makowiecky preside a ABCA, a primeira representação catarinense na entidade brasileira de profissionais da área das artes visuais criada em 1949. Integra também a Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica), o Comitê Brasileiro de História da Arte, a Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas e o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Autora de livros e inúmeros artigos, tem um currículo extenso. Como pesquisadora, neste programa ela mapeia a contribuição dada por Laus na crítica, com a qual ele ajuda no engrandecimento da arte brasileira e de Santa Catarina. Integrante da ABCA e da Aica, por meio de uma escrita muito peculiar, bastante enxuta e objetiva, Laus é um descobridor de talentos e um construtor de autoestima.
Joca Wolff (ou Jorge Hoffmann Wolff), por sua vez, traz a sua experiência como tradutor e professor associado de literatura brasileira na UFSC, coordenador do Programa de Pós-graduação em Literatura na mesma instituição e coeditor da revista Landa para pensar um pouco da produção literária de Laus, bastante expressiva, porém pouco conhecida em Santa Catarina. Amigo pessoal do homenageado, desfruta do convívio de modo muito próximo, tendo inclusive viajado juntos a Paris, onde conhece Claire Cayron, tradutora da obra de Laus na França.
O público pode esperar, portanto, uma fala pontuada pelo afeto, o conhecimento literário e crítico em torno de uma trajetória como escritor. Wolff é autor de“Mário Avancini. Poeta da Pedra”(Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1996), “Julio Cortázar. A Viagem como Metáfora Produtiva”(Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1998), “Pateta em Nova Yorque” (Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2002), “Telquelismos latino-americanos. A Teoria Crítica Francesa no Entre-lugar dos Trópicos” (Grumo, 2009; Papéis Selvagens, 2016) e “Viagem a Corbilot” (Cultura e Barbárie, 2020); coautor e coorganizador do “Indicionário do Contemporâneo” (Editora UFMG, 2018; EME Editorial, 2021). Tradutor de ensaio, ficção e/ou poesia dos argentinos Ana Porrúa, César Aira, Arturo Carrera, Daniel Link, Fabián Casas, Roberto Ferro e Carlos Ríos, do equatoriano Pablo Palacio, do mexicano Mario Bellatin e do poeta francês Christian Bouthemy.
A mediação está sob a responsabilidade de Marcello Carpes, formado em licenciatura em artes visuais, pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), vice-presidente da Associação de Produtores e Arte Educadores em Cultura Urbana de Florianópolis (Apaecuf), ele atua como artista, curador independente e arte educador. Atualmente trabalha, em caráter terceirizado, no Núcleo de Ação Educativa (NAE), do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), como arte educador.
A comissão organizadora do evento é composta por Liliana Alvez, diretora de arte e cultura da FCC, Maria Helena Barbosa, do Núcleo Educativo do Masc, Maria Teresa Collares, gestora cultural e diretora da empresa Rede Cultural, Néri Pedroso, jornalista que representa o Instituto Collaço Paulo e Patrícia Amante, artista e professora de oficinas de arte no CIC.
O programa Homem Plural – 100 Anos de Harry Laus encerra com um saldo positivo. Seis instituições envolvidas, quatro ações entre 2022 e 2023, a participação de dez convidados de amplo saber, todos de algum modo próximos ao homenageado, e dois mediadores. No conjunto, as falas, tanto dos convidados quanto da plateia, estabelecem diferentes conexões capazes de compor um perfil desta complexa personalidade que deu enorme contribuição à área cultural de Santa Catarina.
Programação
26.4.2023, 18h – Literatura e Crítica de Arte
Convidados: Sandra Makowiecky, presidente da Associação Brasileira de Crítica de Arte (ABCA) e Joca Wolff, professor de literatura na UFSC, que faz uma abordagem do Laus como escritor.
Sobre Harry Laus
Jornalista, crítico de arte, escritor e gestor de museus, natural de Tijucas, vive a infância em uma família de escritores e artistas. Homem de diferentes atributos, serve o Exército brasileiro de 1946 a 1964, sendo transferido para a reserva no posto de tenente-coronel. Nos anos em que mora no Rio de Janeiro e São Paulo, tem intensa atividade jornalística, escrevendo sobre arte em veículos como o “Jornal do Brasil” e as revistas “Veja” e “Senhor”, e priva da amizade de artistas e intelectuais renomados. Depois de morar em mais de 40 cidades do Brasil, retorna ao Estado em 1976 como um dos críticos de arte mais respeitados do país, carreira iniciada em 1961. Atua nos jornais “A Notícia” e “Diário Catarinense”.
Como escritor publica 12 livros, entre romances, novelas e contos. Traduzido na França, se consagra com “Monólogo de uma Cachorra sem Preconceitos”, “As Horas de Zenão das Chagas” e “Os Papéis do Coronel”. No campo das artes, escreve o “Indicador Catarinense das Artes Plásticas”, valiosa fonte de pesquisa. Profundo articulador, com conhecimento descobre talentos, aproxima pessoas, produz pensamento crítico, alavanca autoestimas. Promove panoramas, retrospectivas, perspectivas, como denominava as mostras que faz questão de levar para outros Estados do Brasil. In memoriam, é homenageado em 1993 ao dar o seu nome à uma sala especial climatizada do Museu de Arte de Santa Catarina e, em 1997, recebe a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa.
SAIBA MAIS
http://harrylausvivo.blogspot.com/
SERVIÇO
O quê: Tributo – Homem Plural – 100 Anos de Harry Laus
Quando: 26.4.2023, quarta-feira, 18h
Onde: Salas Lindolf Bell, Centro Integrado de Cultura (CIC), av. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, Florianópolis, tel.: (48) 3664-2630 / 3664-2633
Quanto: gratuito
REALIZAÇÃO
Fundação Catarinense de Cultura/Museu de Arte de Santa Catarina

APOIO
Associação Brasileira de Críticos de Arte de Santa Catarina
Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação
Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina