“Desde 2006, um dos primeiros animais a serem extintos e divulgados no planeta tornou-se o centro das atenções da vida do marchand e criativo Renato Andreuchetti: o dodô. Extinta por volta de 1680 quando exploradores europeus chegaram às Ilhas Maurício, no Oceano Índico, a ave tornou-se um ícone entre as incontáveis criaturas que já andaram pelo nosso abundante planeta de excêntricas aparições biológicas, tão singularmente espetaculares. O Raphus cucullatus não é uma lenda.
Foi por isso que Andreuchetti escolheu a arte para trazer de volta o pássaro ao imaginário contemporâneo e é o curador de Um Bando de Dodôs, mostra que reúne cerca de 15 exuberantes pinturas do artista plástico paulista Igor Villa e que se realizará na Tradesign, em Porto Alegre. A primeira exposição faz parte do projeto itinerante Um Bando de Dodôs criado pelo estudioso e apaixonado idealizador. Recentemente, o dodô voltou a ser notícia: a intenção da startup norte-americana de biotecnologia Colossal Biosciences, que alardeia ao mundo seus planos de “desextinguir” o Dodô. Iniciativa que divide opiniões, já que sempre que a volta de alguma espécie extinta é anunciada gera polêmica e discussão. Há um grupo que pensa que é melhor investir recursos na conservação das muitas espécies em perigo crítico de extinção do que tentar “ressuscitar” uma que provavelmente não tem mais como se manter na natureza.
Mas no universo livre da arte, Renato – especialista aficionado pelo emblemático pássaro – está imbuído do mesmo ideal: trazer de volta para a memória e o imaginário das pessoas a espécie, mesmo que apenas no universo criativo e artístico. Leal aos seus parceiros, ele tem um time de peso desde 2006 para tal missão: o fotógrafo Eduardo Liotti, o ilustrador Jorge Tabajara e o advogado Angelo Caleffi, um dos braços fortes do projeto e que formata os contratos.
Estar confinado aos 2.040 km² de florestas tropicais, montanhas, lagos e cachoeiras nessa região insular, desde seu estado primordial, foi favorável à linhagem da corpulenta ave não-voadora, que quase não tinha predadores naturais no paradisíaco lugar de mar azul turquesa. Até a inevitável chegada do homem: “O comedor”. O completo desaparecimento do dodô para sempre será lamentado. Daí, sua universalidade. Um Bando de Dodôs será composto por um pequeno bando de talentosos artistas convidados pelo curador justamente, porque estamos em um mundo sem dodôs! Conhecido na cultura popular, aparece em filmes, animações e séries de TV e ficou eternizado como um dos personagens do livro Alice no País das Maravilhas. Em 2022, o cineasta grego Panos H. Koutras lançou no Festival de Cannes o filme Dodô. Se depender de Andreuchetti e o seu Bando de Dodôs, o bichano já voltou a atrair os olhares e atenção das pessoas e não sairá mais dos holofotes. E desta vez, mesmo que no âmbito pictórico, veio para ficar.”
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Um Bando de Dodôs: @bandodedodos
Fotos: Eduardo Liotti @eduliotti
Ilustrações: Jorge Tabajara @tabajarailustra