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Sobre o livro de José Francisco Alves, outra associada ABCA escreveu:
Esculturas públicas em resistências da memória
por Mônica Zielinsky
Ao estarmos vivenciando os 250 anos da fundação da cidade de Porto Alegre, irrompe, do profundo silêncio de um extensivo trabalho, uma produção deveras meticulosa, também extremamente sensível relativa à história da escultura pública desta urbe. Ao se percorrer esta valiosa publicação, evoca-se ter sido embrionária no meio acadêmico da UFRGS, mas hoje ela faz resplandecer ao mundo esta criação. Oferece agora, aos mais diferentes públicos, uma brilhante reconstrução de toda essa história de importância inestimável em sua resistência aos dramáticos apagamentos da memória. Estes corroem a valorização da arte pública em seus inúmeros exemplos ao redor do mundo, porém mais ainda, em território brasileiro e na América Latina. Expõe, em seus mínimos detalhes, uma fartura de imagens enriquecedoras, reflexões artísticas que fogem ao meramente descritivo, debates que emergiram. Mas também revelam processos de trabalho dos autores, os ricos documentos, possibilidades para o entendimento das inovações, tudo o que, em seu conjunto, ilumina a arte pública local, seus padrões de pensamento específicos e particulares, nunca homogeneamente globais.
Esses trabalhos reabrem os tempos, rearticulam o passado com o presente e nos levam ao mesmo tempo a projetar o futuro, ao se identificar neles os impulsos utópicos esquecidos em um presente turbulento, separado das outras dimensões do tempo.
Porto Alegre, 18 de junho de 2022