No dia 29 de novembro, jornada vai destacar a história da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA)
Nesta quarta-feira, 29 de novembro, a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) realiza a Jornada ABCA, no Auditório Lupe Cotrim da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. O evento começa às 13 horas e tem como tema Arquivo e Memória, com reflexões sobre a história da instituição e sobre a atuação de importantes críticos brasileiros que estiveram ligados a ela.
“A Jornada é uma atividade anual da ABCA que reúne importantes críticos de arte e pesquisadores atuantes no meio artístico e acadêmico para refletirem e debaterem sobre problemáticas da área”, explica a professora Maria Amélia Bulhões, presidente da instituição. Segundo ela, nesta edição a ideia é colocar em evidência pesquisas desenvolvidas com base no arquivo da ABCA e, para isso, membros da associação que possuem trabalhos relacionados ao assunto foram convidados a participar das mesas de debate.
O tema, de acordo com Maria Amélia, foi escolhido em
Lisbeth Rebollo Gonçalves – Foto: Francisco Emollo/Arquivo Imagens USP
diálogo com uma das discussões feitas durante o congresso da Associação Internacional dos Críticos de Arte (Aica), que tratou da história da instituição. Por outro lado, tem também a intenção de colocar em destaque o projeto do arquivo da ABCA, coordenado por Lisbeth Rebollo Gonçalves, professora da ECA e recém-eleita presidente da Aica.
“O arquivo é fundamental pois nossa organização tem uma longa história, desde seu surgimento em 1949 e sempre conectada com a realidade brasileira, tomando posições críticas e importantes na defesa da arte e da cultura do País em diversos momentos. Queremos valorizar esse trabalho da professora Lisbeth, que nos permite conhecer essa história e compreender a importância que a ABCA vem tendo ao longo dos últimos anos.”
Diante da recente discussão em torno da censura a obras ou exposições de arte vistas como obscenas por parte da população, a professora Maria Amélia reforça a posição da ABCA contra a censura, a favor da liberdade de comunicação e criação e em respaldo à autonomia artística. “A arte vem conquistando uma independência importante nos últimos anos. Ela não pode estar sujeita a políticas e ações de grupos sociais, sejam minoritários ou majoritários. O que interessa é que seja mantida a sua posição de pensamento crítico e radical.”
Maria Amélia Bulhões – Foto: Francisco Emolo/Arquivo USP Imagens
Esse mesmo pensamento é uma tradição da Jornada ABCA, afirma a professora. “Esses eventos são uma maneira de a ABCA se congregar a associados e outros pesquisadores em torno de temas que são fundamentais para pensar a nossa arte. Estamos em um tempo em que devemos buscar soluções criativas e aprofundar as reflexões sobre nossa associação no campo da arte e na sociedade em geral. Rever esse passado e refletir sobre nosso papel como críticos dentro e fora das instituições é o marco conceitual da Jornada ABCA 2017.”
A jornada terá abertura da professora Maria Amélia e exposições da professora Lisbeth Rebollo e do presidente de honra da ABCA, José Roberto Teixeira Leite, sobre o arquivo e a memória da associação. Em seguida, pesquisadores e associados da instituição expõem em duas mesas de debate seus trabalhos sobre críticos de arte como Sérgio Milliet e Antonio Bento, a Primeira Bienal de Arte Latino-Americana, entre outros assuntos.
A Jornada ABCA 2017: Arquivo e Memória ocorre nesta quarta-feira, 29 de novembro, a partir das 13 horas, no Auditório Lupe Cotrim da ECA. O endereço é Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, na Cidade Universitária. As inscrições para o evento são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail abca@abca.art.br. A programação completa da jornada está no site da ECA.